Acordei com uma sensação estranha. Tinha alguém a observar meu silencioso sono. Estranho! Estava no meu quarto e encontravam-se eu e eu mesmo. Ninguém estava ali que pudesse velar meu sono. Olhei para o lado e vi algo estranho; ele estava me olhando. Silenciosamente observava o meu despertar. Mudo, não dizia se quer uma palavra, porém, continuava a olhar-me.
Olhei nos olhos dele. Senti a sensação fria do julgamento. Será que ele está me condenando? O que eu fiz? Será que ele está olhando para meu corpo seminu? Cobri com o lençol o meu corpo envergonhado com tais olhares fuzilantes. Contudo, ele permanecia a olhar e aquela sensação me deixava mais constrangido. O que tenho de anormal? Por que será que ele me olha intensamente? O que está passando na mente dele? Meus pensamentos entravam em colapso tentando desvendar a mente daquele sutil e frio observador.
Permanecia em silencio a observar. Será que ele está lendo os meus pensamentos? E agora, o que será de mim? Tentei virar de lado e esconder meu rosto, mesmo assim, sentia que estava sendo observado. Drogas! Por que ele não fala o que quer de mim? Encarei-o. Estava eu e ele trocando olhares: mudos; estáticos e frios. Tentei levantar-me e ir em direção a ele. Não tive coragem, recuei-me e continuei debaixo das cobertas. Que corajoso eu sou! Não tive coragem. Seu olhar era demasiadamente torturante fazendo com que não tivesse se quer uma atitude em relação a este sujeito.
Tentei fechar os olhos, mas não adiantava. Ele invadia meus pensamentos e dilacerava qualquer reação que minha mente tinha. Sim, ele estava a me julgar. Seus olhos acusavam. Agora não era somente o seu olhar que me intrigava, descaradamente estava com um sorriso no canto da boca. Estava a me recriminar? Oh! Dúvida cruel. Por que agora era alvo do deboche? Não posso ser eu mesmo? Ficava cada vez mais constrangido e triste no canto da minha cama.
Olhei aflitamente as horas do relógio. Eram 6:30h da manhã. Queria sair correndo do quarto e acabar com essa situação. Entretanto, meu corpo não obedecia. Estava encarcerado. Prisioneiro dos olhares daquele sujeito estranho. Os minutos corriam como águas num rio de corredeiras perigosas. E estava eu e ele trocando olhares: mudos, estáticos e frios. Por vários minutos permanecemos nessa situação desoladora: ele olhando e eu tentando saber o que se passava na mente dele sobre a minha pessoa. Triste! Não conseguia decifrar a mente dele. Era uma luta em vão. Ele era mais forte. Restava-me fechar os olhos e esperar as horas passar para que aquele sujeito fosse embora.
Não agüentava mais essa situação. Respirei fundo, criei coragem, olhei nos olhos dele e disse: O que você tem contra mim? Por que me olhas com desdém? Calado estava, calado ficou. Se quer disse alguma palavra. Somente balançava sua cabeça para um lado e para o outro como se tivesse reprovando minha atitude. Envergonhado, culpei-me: como tive a coragem de ter tamanha atitude? Agora ele já tinha mais um motivo para me condenar. Como fui inocente em achar que ele iria revelar todos os seus pensamentos sobre mim. Senti raiva! Estava furioso por cometer essa atitude e, cada vez mais, envergonhado com a presença dele.
Engraçado! Essa sensação já havia sentido antes. Não lembro o tempo, o espaço, o sujeito, a ação. A única certeza que já havia presenciado essa sensação em algum determinado momento da minha vida. Creio que também outras pessoas já vivenciaram a mesma situação. Quem nunca foi alvo dos olhares da sociedade, do seu julgamento, das suas atitudes? Com certeza, muitos de nós, em algum momento, formos vitimas das investidas cruéis da sociedade.
A sociedade olha-nos com um ar de arrogância: sempre é superior. Tudo o que difere dos padrões, costumes, regras do seu pensamento secular é alvo de condenação. Somos julgados sem ao menos ter o direito da defesa. Apontados. Apedrejados. Dilacerados. Excluídos. Que ser cruel! Por que não podemos ter nossa própria “vidinha”, livre e feliz, sem o julgamento dos outros? Por que temos que fazer parte dessa massa recheada de privações? Temos que modelar nossas vidas em função dos outros? E, se rebelarmos, o que acontecerá conosco?
Desesperadamente, esfreguei meus olhos com os dedos na tentativa de acordar desse pesadelo. Porém, ele continuava a me olhar e reprovar minhas atitudes. As lágrimas quiseram percorrer e umedecer a linhas desgastadas com o tempo do meu rosto. Senti mais triste em saber que estava triste com essa situação. Era fato! Ele me julgava e eu não podia fazer nada contra. Cobri meu rosto com as mãos desesperado e envergonhadamente. Nada podia fazer. Era eu e o ventilador. Era eu e a sociedade.
Olhei nos olhos dele. Senti a sensação fria do julgamento. Será que ele está me condenando? O que eu fiz? Será que ele está olhando para meu corpo seminu? Cobri com o lençol o meu corpo envergonhado com tais olhares fuzilantes. Contudo, ele permanecia a olhar e aquela sensação me deixava mais constrangido. O que tenho de anormal? Por que será que ele me olha intensamente? O que está passando na mente dele? Meus pensamentos entravam em colapso tentando desvendar a mente daquele sutil e frio observador.
Permanecia em silencio a observar. Será que ele está lendo os meus pensamentos? E agora, o que será de mim? Tentei virar de lado e esconder meu rosto, mesmo assim, sentia que estava sendo observado. Drogas! Por que ele não fala o que quer de mim? Encarei-o. Estava eu e ele trocando olhares: mudos; estáticos e frios. Tentei levantar-me e ir em direção a ele. Não tive coragem, recuei-me e continuei debaixo das cobertas. Que corajoso eu sou! Não tive coragem. Seu olhar era demasiadamente torturante fazendo com que não tivesse se quer uma atitude em relação a este sujeito.
Tentei fechar os olhos, mas não adiantava. Ele invadia meus pensamentos e dilacerava qualquer reação que minha mente tinha. Sim, ele estava a me julgar. Seus olhos acusavam. Agora não era somente o seu olhar que me intrigava, descaradamente estava com um sorriso no canto da boca. Estava a me recriminar? Oh! Dúvida cruel. Por que agora era alvo do deboche? Não posso ser eu mesmo? Ficava cada vez mais constrangido e triste no canto da minha cama.
Olhei aflitamente as horas do relógio. Eram 6:30h da manhã. Queria sair correndo do quarto e acabar com essa situação. Entretanto, meu corpo não obedecia. Estava encarcerado. Prisioneiro dos olhares daquele sujeito estranho. Os minutos corriam como águas num rio de corredeiras perigosas. E estava eu e ele trocando olhares: mudos, estáticos e frios. Por vários minutos permanecemos nessa situação desoladora: ele olhando e eu tentando saber o que se passava na mente dele sobre a minha pessoa. Triste! Não conseguia decifrar a mente dele. Era uma luta em vão. Ele era mais forte. Restava-me fechar os olhos e esperar as horas passar para que aquele sujeito fosse embora.
Não agüentava mais essa situação. Respirei fundo, criei coragem, olhei nos olhos dele e disse: O que você tem contra mim? Por que me olhas com desdém? Calado estava, calado ficou. Se quer disse alguma palavra. Somente balançava sua cabeça para um lado e para o outro como se tivesse reprovando minha atitude. Envergonhado, culpei-me: como tive a coragem de ter tamanha atitude? Agora ele já tinha mais um motivo para me condenar. Como fui inocente em achar que ele iria revelar todos os seus pensamentos sobre mim. Senti raiva! Estava furioso por cometer essa atitude e, cada vez mais, envergonhado com a presença dele.
Engraçado! Essa sensação já havia sentido antes. Não lembro o tempo, o espaço, o sujeito, a ação. A única certeza que já havia presenciado essa sensação em algum determinado momento da minha vida. Creio que também outras pessoas já vivenciaram a mesma situação. Quem nunca foi alvo dos olhares da sociedade, do seu julgamento, das suas atitudes? Com certeza, muitos de nós, em algum momento, formos vitimas das investidas cruéis da sociedade.
A sociedade olha-nos com um ar de arrogância: sempre é superior. Tudo o que difere dos padrões, costumes, regras do seu pensamento secular é alvo de condenação. Somos julgados sem ao menos ter o direito da defesa. Apontados. Apedrejados. Dilacerados. Excluídos. Que ser cruel! Por que não podemos ter nossa própria “vidinha”, livre e feliz, sem o julgamento dos outros? Por que temos que fazer parte dessa massa recheada de privações? Temos que modelar nossas vidas em função dos outros? E, se rebelarmos, o que acontecerá conosco?
Desesperadamente, esfreguei meus olhos com os dedos na tentativa de acordar desse pesadelo. Porém, ele continuava a me olhar e reprovar minhas atitudes. As lágrimas quiseram percorrer e umedecer a linhas desgastadas com o tempo do meu rosto. Senti mais triste em saber que estava triste com essa situação. Era fato! Ele me julgava e eu não podia fazer nada contra. Cobri meu rosto com as mãos desesperado e envergonhadamente. Nada podia fazer. Era eu e o ventilador. Era eu e a sociedade.