Acabei de acordar de um sonho atordoado. Uma realidade fantástica que jamais vivenciei em meu estado de vigília. Sonhei que estava dentro de um ônibus, sentado, cercado por pessoas que nunca havia visto em minha vida. Eram rostos estranhos, mas felizes, pois estávamos reunidos e dialogando sobre a vida e sobre nosso encontro. Parecia que éramos da mesma cidade, porém, jamais tivemos reunidos a não ser naquele sonho. Olhei para cada rosto e não havia visto se quer um na minha vida, mas conversávamos como antigos amigos.
Estávamos em outra cidade correndo atrás dos nossos sonhos, comentando sobre como esquecemos fatos do nosso dia a dia e, justamente, o meu fato de ter se esquecido de ir a um compromisso. Alguns riam dos meus comentários, outros me chamavam de louco e acabavam concordando com a minha insanidade. O estranho que havia pessoas portadoras de necessidades especiais, no caso, mudos, porém, interagiam com nossa conversa. Tínhamos algo em comum. Todos sem exceção de algum. Queríamos ser felizes. Coisa que não poderia acontecer em nossas cidades naturais.
O ônibus passava por ruas que jamais tinha ido. Era estranho, mas ao mesmo tempo, fantástico! Incrível como nossos sonhos não fazem ir a locais jamais antes idos; a conhecer pessoas que jamais iremos conhecer pessoalmente. Isto se for um sonho! Alguns místicos acreditam que nossas almas vagueiam por um mundo infinito ao encontro de nossas almas gêmeas, de pessoas que conviveram conosco em vidas passadas e que nesta, estávamos separadas. Não sei se é verdade. Porém, acredito que nunca me senti tão intimo daquelas pessoas.
Entretanto, logo tive que se separar dos demais. Uma voz dizia para eu voltar. Assim, desapareci de dentro do ônibus e acordei deitado na minha cama, suado e com uma enorme tristeza no peito. Sentia-se vazio por não saber se irei reencontrá-los mesmo sendo em sonho. Estranho, pois nunca senti tão vazio após um sonho. Quantas pessoas eu conheci no mundo real e que se quer sentir tanta dor ao se despedir. A vida é cheia de encontros e desencontros e, pelo visto, nossos sonhos também! Não sou estudioso de sonhos e não recorro a interpretações deles; mas diante de uma reflexão irei encontrar a resposta para este sonho. Nada é por acaso em nossas vidas. Muito menos nossos sonhos, posto que eles são feitos da matéria do nosso dia a dia; da nossa vivencia diária.