
Nunca estive tão vazio como estou ultimamente. Muitas coisas aconteceram em minha vida de uns anos para cá e que me fizeram entender o sentido da vida. Sei que sou apenas um aprendiz, porém, não consegui se quer dar os primeiros passos a liberdade. Sou um escravo do meu medo. Não consigo ser livre por inteiro. Estou preso ao passado; passado este que me causa pesadelos e angustias.
Quando era mais jovem sonhava com um mundo fantástico e este mundo nunca existiu. Contentei-me com as migalhas de uma vida que recebia em conta-gotas e achava que era o melhor presente que a vida pudesse me dar. Hoje essas migalhas não alimentam meu ser. Sinto fome. Tenho vertigens. Anseio novo ares. Quero sair sem destino. Entretanto, minhas asas estão cortadas e, mesmo que não as tivessem, não conseguiria voar: não aprendi a voar.
Sinto-me áspero, frágil e sem vida. Uma verdadeira folha seca. Desprendi da árvore da vida e estou sendo levado pelo vento. Não sei o meu destino e nem para onde estou sendo levado. Sinto o gracioso toque do ar na minha pele. Isto me conforta. Contudo, não sei o certo o que o futuro me reserva. Como uma folha seca posso ser quebrada, amassada ou até mesmo pousar sobre a terra.
Será que teremos uma finalidade ao fim da vida? Eu sei que as folhas têm suas sentenças ao se desprenderem de suas árvores; muita delas irá fertilizar os solos do mundo. Será que como folha, eu também irei ter um destino tão maravilho de fertilizar os solos das almas humanas? Mais do que adubar as almas do mundo; necessito fertilizar meu ser, posto que se encontre infértil.
Sinto que o mundo perdeu seu real sentido; as pessoas tornaram-se devastadora de solos humanos. Insensíveis as dores do mundo. Cada ser ver seu eu no espelho do egoísmo. Enquanto o mundo duela pela ganância da sobrevivência; eu continuo sendo levado pelo vento como uma folha seca. Sem destino; sem certezas; sem vida. Como uma folha seca, sinto que estou prestes a sucumbir na secura da vida.
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