sábado, 12 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Saboreai a vida com emoção




É preciso saborear a vida, degustando cada segundo de vida que temos. Nada é eterno e tudo é passageiro. Um dia fomos crianças; hoje somos adultos e amanhã só o destino saberá dizer. Cada momento que temos nas nossas vidas é único, não podemos voltar atrás; é preciso seguir em frente, cruzando o desconhecido em busca da felicidade.




O tempo escorre entre nossas mãos. Não podemos segurá-lo e, com um piscar de olhos o tempo passa, corre, voa. Resta-nos apreciar diante de um espelho as marcas nos nossos rostos. Não podemos, jamais, perder tempo. Temos que viver intensamente o nosso momento presente. O passado passou, o futuro é algo incerto e, hoje, é o nosso dia de ser feliz.




Temos tão pouco tempo para saborear os presentes que a vida nos dá e, esse tempo se torna muito menor quando desviamos as nossas atenções a elementos de pouca importância e que de nada irá nos tornar feliz. O mundo foi feito para ser degustado, saboreado. Senti-lo com todo o nosso ser.




De nada adianta pedras preciosas, ouros, prestígios se eles não nos trazem a felicidade. A felicidade não está nas coisas, nos objetos e, sim, em nós mesmos. A felicidade está dentro de cada um e, somente irá manifestar, se cada um de nós souber cultivar o amor. O amor é um dom gracioso, não tem preço e é benéfico à alma. Somente com o amor podemos construir nossos verdadeiros tesouros que transcedem a existência humana e todo seu entendimento.




É necessário saber viver! Viver não é está no mundo como um passageiro, vendo o mundo passar diante de uma janela. É muito mais do que isto: viver é uma constante aprendizagem. Estamos vivos para aprender a ser HUMANO. E, ser um humano é saber que somos limitados, porém, infinitos. Podemos construir nossa historia em vez de ser meros expectadores da historia. Somos o que semeamos.




Assim como o sol nasci todos os dias, temos a oportunidade de sermos felizes todos os dias. Ser feliz só depende, exclusivamente, de cada um de nós. Para isto, basta abrir as portas das nossas almas para a vida e degustar a vida com emoção.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Meus sonhos: meu alimento



Hoje senti a vontade de sonhar, de alcançar voos sobre o mundo da imaginação. Voltar a ser criança com poderes de criar e recriar o mundo a minha volta. Como é mágico ser criança! O poder que temos de voar sem sair do chão. Quero voar sobre as nuvens. Contemplar o céu com o calor dos raios do sol aquecendo minha alma. Quero voar mundos, conhecer novas vidas. Quero subir alto e acompanhar os passos dançantes das nuvens. Sentir o ar tocar no meu rosto e adormecer embriagado de felicidade. Como é bom sonhar!

Fecho meus olhos e logo estou voando... Tenho poderes mágicos... Posso voar, posso congelar o tempo... Sou invencível. Quero ser o Sonho de Ícaro “Voar, voar; Subir, subir; Ir por onde for; Descer até o céu cair; Ou mudar de cor; Anjos de gás; Asas de ilusão; E um sonho audaz; Feito um balão...” Quero descansar meus pés calejados de caminhar em busca da felicidade. Quero criar asas e elevar o meu ser a novos horizontes.

Meu ser é como ar; ninguém o consegue aprisionar, somente tocá-lo. “Eu sou assim; Brilho do farol; Além do mais; Amargo fim; Simplesmente sol...” Quero sair sem destino, desbravar o mundo da imaginação e tornar tudo em realidade. Quem não gostaria de tornar sonhos em sonhos possíveis, reais? Sou como uma criança e tudo “O que sai de mim; Vem do prazer; De querer sentir; O que eu não posso ter; O que faz de mim; Ser o que sou; É gostar de ir; Por onde, ninguém for...; Do alto coração; Mais alto coração...” Quero sentir meu coração bater forte, emocionado por viver... “Viver, viver; E não fingir; Esconder no olhar; Pedir não mais; Que permitir

Não quero acordar, quero continuar a sonhar. Enquanto adormeço com meus sonhos aprendo que a vida pode ser mais fácil. Que a vida pode ser mais feliz e o mundo pode ser diferente. Quero que a chuva do prazer caia e molhe a terra da fantasia, fazendo com que brote a esperança de dias melhores. Pode ser que seja capricho da minha imaginação, mas quero sentir a minha infância quando em dias de inverno ficava na janela da minha casa e contemplava as gostas da chuva caírem do céu e tocarem a terra. Gotas por gotas, molhando onde um dia era seco e com o passar do tempo perceber que a terra estava úmida e fértil e, após cessar a chuva ver no céu os raios dos sol aquecer a vida, observando os pássaros, as borboletas abrirem suas asas e voarem junto com meus sonhos.
Sinto a necessidade de sonhar; de ter um mundo particular; de extravasar os limites dos ser humano. Preciso navegar os mares da incerteza e pôr em terra a certeza de que tenho a capacidade de realizar meus sonhos. São os sonhos que alimenta e move a humanidade, sem eles, tudo ainda continuaria sendo o caos. Sonhar é viver. Ninguém vive sem sonhos. Alguns sonham sonhos grandiosos; outros, pequenos e simples, porém, todos sonham. Eu tenho meus sonhos e preciso deles para sobreviver nesse mundo de desilusões. Enquanto o mundo real não seja aquilo que imagino nos meus sonhos, quero continuar a fantasiar o mundo. Vou continuar a sonhar como o Ícaro e quem sabe, um dia, posso acordar do mundo da imaginação e perceber que a vida real é muito melhor do que o meu mundo imaginário.

Texto em itálico extraido da letra da musica Sonho de Ícaro (Composição: Pisca / Claudio Rabello)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Alucinação de vida

Acordei com uma sensação estranha. Tinha alguém a observar meu silencioso sono. Estranho! Estava no meu quarto e encontravam-se eu e eu mesmo. Ninguém estava ali que pudesse velar meu sono. Olhei para o lado e vi algo estranho; ele estava me olhando. Silenciosamente observava o meu despertar. Mudo, não dizia se quer uma palavra, porém, continuava a olhar-me.

Olhei nos olhos dele. Senti a sensação fria do julgamento. Será que ele está me condenando? O que eu fiz? Será que ele está olhando para meu corpo seminu? Cobri com o lençol o meu corpo envergonhado com tais olhares fuzilantes. Contudo, ele permanecia a olhar e aquela sensação me deixava mais constrangido. O que tenho de anormal? Por que será que ele me olha intensamente? O que está passando na mente dele? Meus pensamentos entravam em colapso tentando desvendar a mente daquele sutil e frio observador.

Permanecia em silencio a observar. Será que ele está lendo os meus pensamentos? E agora, o que será de mim? Tentei virar de lado e esconder meu rosto, mesmo assim, sentia que estava sendo observado. Drogas! Por que ele não fala o que quer de mim? Encarei-o. Estava eu e ele trocando olhares: mudos; estáticos e frios. Tentei levantar-me e ir em direção a ele. Não tive coragem, recuei-me e continuei debaixo das cobertas. Que corajoso eu sou! Não tive coragem. Seu olhar era demasiadamente torturante fazendo com que não tivesse se quer uma atitude em relação a este sujeito.

Tentei fechar os olhos, mas não adiantava. Ele invadia meus pensamentos e dilacerava qualquer reação que minha mente tinha. Sim, ele estava a me julgar. Seus olhos acusavam. Agora não era somente o seu olhar que me intrigava, descaradamente estava com um sorriso no canto da boca. Estava a me recriminar? Oh! Dúvida cruel. Por que agora era alvo do deboche? Não posso ser eu mesmo? Ficava cada vez mais constrangido e triste no canto da minha cama.

Olhei aflitamente as horas do relógio. Eram 6:30h da manhã. Queria sair correndo do quarto e acabar com essa situação. Entretanto, meu corpo não obedecia. Estava encarcerado. Prisioneiro dos olhares daquele sujeito estranho. Os minutos corriam como águas num rio de corredeiras perigosas. E estava eu e ele trocando olhares: mudos, estáticos e frios. Por vários minutos permanecemos nessa situação desoladora: ele olhando e eu tentando saber o que se passava na mente dele sobre a minha pessoa. Triste! Não conseguia decifrar a mente dele. Era uma luta em vão. Ele era mais forte. Restava-me fechar os olhos e esperar as horas passar para que aquele sujeito fosse embora.

Não agüentava mais essa situação. Respirei fundo, criei coragem, olhei nos olhos dele e disse: O que você tem contra mim? Por que me olhas com desdém? Calado estava, calado ficou. Se quer disse alguma palavra. Somente balançava sua cabeça para um lado e para o outro como se tivesse reprovando minha atitude. Envergonhado, culpei-me: como tive a coragem de ter tamanha atitude? Agora ele já tinha mais um motivo para me condenar. Como fui inocente em achar que ele iria revelar todos os seus pensamentos sobre mim. Senti raiva! Estava furioso por cometer essa atitude e, cada vez mais, envergonhado com a presença dele.

Engraçado! Essa sensação já havia sentido antes. Não lembro o tempo, o espaço, o sujeito, a ação. A única certeza que já havia presenciado essa sensação em algum determinado momento da minha vida. Creio que também outras pessoas já vivenciaram a mesma situação. Quem nunca foi alvo dos olhares da sociedade, do seu julgamento, das suas atitudes? Com certeza, muitos de nós, em algum momento, formos vitimas das investidas cruéis da sociedade.

A sociedade olha-nos com um ar de arrogância: sempre é superior. Tudo o que difere dos padrões, costumes, regras do seu pensamento secular é alvo de condenação. Somos julgados sem ao menos ter o direito da defesa. Apontados. Apedrejados. Dilacerados. Excluídos. Que ser cruel! Por que não podemos ter nossa própria “vidinha”, livre e feliz, sem o julgamento dos outros? Por que temos que fazer parte dessa massa recheada de privações? Temos que modelar nossas vidas em função dos outros? E, se rebelarmos, o que acontecerá conosco?

Desesperadamente, esfreguei meus olhos com os dedos na tentativa de acordar desse pesadelo. Porém, ele continuava a me olhar e reprovar minhas atitudes. As lágrimas quiseram percorrer e umedecer a linhas desgastadas com o tempo do meu rosto. Senti mais triste em saber que estava triste com essa situação. Era fato! Ele me julgava e eu não podia fazer nada contra. Cobri meu rosto com as mãos desesperado e envergonhadamente. Nada podia fazer. Era eu e o ventilador. Era eu e a sociedade.

domingo, 16 de agosto de 2009

Estudar ou trabalhar?

É fato que desde os tempos remotos, o ser humano compreende a instrução como forma de perpetuar a sua espécie. Desde os homens e mulheres das cavernas até o ser moderno a educação tem influenciado as nossas relações. Na pré-história a educação era oral e espontânea, passada de pais para filhos a fim de obter a sobrevivência. Utilizavam-se das experiências cotidianas para desenvolver habilidades e conhecimentos.
Com o passar dos tempos, mais precisamente, com o desenvolvimento da linguagem escrita e o seu registro, a educação ganhou um novo patamar nas relações sociais. Além de instruir as novas gerações, ela servia para registrar a história que cada povo construía. Para os gregos a educação estava a serviço da formação dos novos cidadãos que iriam governar suas cidades-estados. Algumas cidades-estados priorizavam o culto do intelecto; outras a formação de guerreiros. Porém, todas comungavam a mesma idéia: a educação é fundamental para a sobrevivência.
Ao longo da história a educação tomou muitos rumos. Muitos pensadores ao compreender a educação e sua função na sociedade elaboraram teorias que até hoje fundamenta os pressupostos teóricos do ato de educar. A educação foi classificada como tradicional, moderna, técnica; como também, sua função foi discutida. A educação serviu e, ainda serve, para a dominação ou para a libertação. Para a alienação ou emancipação do pensamento. Ela está presente no nosso dia-a-dia. Muitos crêem que a educação somente se faz no ambiente escolar e/ou universitário, contudo, esquecem que no convívio em sociedade estamos aprendendo, estamos sendo instruídos.
Nesse sentido, podemos observar que a educação é de suma importância para a vida de cada ser. E cada vez mais, se faz necessário na atualidade. Em tempos de tecnologia de ponta, o conhecimento se processa em alta velocidade, exigindo que cada um de nós, tenha domínio de um leque de conhecimentos e habilidades que, somente, por meio deles, possamos está inserido no mercado de trabalho.
Entretanto, a relação educação e mercado de trabalho têm travado grandes discussões. Qual a finalidade da educação na atualidade? Qual a relação entre trabalho e educação? Sabe-se que a uma relação muito íntima entre anos de estudo e trabalho. Quanto mais anos de estudo o indivíduo tem, mais chances dele entrar no mercado de trabalho e conquistar uma boa remuneração. Contudo, ter um diploma de nível superior não significa a obtenção de um bom emprego e, muito menos, ser remunerado com decência.
Infelizmente, no Brasil temos um grande legado de descaso com a educação popular. A educação no nosso país por muito tempo era direcionada a instrução da elite dominante, enquanto, as camadas populares restavam, somente, o ato de ler e escrever e, isso, quando se tinha o acesso a instrução inicial. Muitos brasileiros não tiveram e não tem acesso a educação. Ocupando profissões que exigem a força física em detrimento ao intelecto. Por sua vez, são profissões más remuneradas.
Surge um dilema: trabalhar ou estudar? Como um filho de um trabalhador de uma classe popular pode obter um grau de nível superior se seus pais não são bem remunerados? Como investir em educação, se não tem nem o dinheiro para sua alimentação básica? Como dedicar-se ao estudo se a perspectiva de um bom emprego é algo irreal? Esses e outros questionamentos são diariamente ruminados por um grande contingente de indivíduos no Brasil.
Todavia, aqueles que adquirem uma educação de nível superior encontram-se um grande obstáculo na travessia da academia para o mercado do trabalho. Falta para estes indivíduos a experiência profissional. O mercado de trabalho não só exige a qualificação intelectual, como também, à experiência profissional. Como adquirir experiência no mercado de trabalho se este indivíduo estava nos bancos das escolas dedicando aos estudos para desenvolver as competências e habilidades tão exigidas para o cumprimento satisfatório de sua função no posto de trabalho? Como adquirir experiência se temos uma tradição de não acolher os novos jovens no seu desafiante primeiro emprego?
São pouquíssimas empresas que investi na formação de jovens talentos. E muitas dessas empresas, exigem aos seus iniciantes uma jornada de trabalho exaustiva e que, em pouco tempo, gera o êxodo escolar. Muitos jovens são obrigados a trabalhar diurnamente e no período noturno desenvolver suas habilidades cognitivas. É uma jornada cansativa e desgastante e, não é pior, do que ao final do mês, ao receber seu salário, ver que o seu esforço não está sendo recompensado. Geralmente, esses jovens trabalhadores possuem baixos salários.
Convivemos com um grande contraste: há muitas vagas e poucas mãos de obras qualificadas. Como qualificar-se com os obstáculos impostos pela vida? Como entrar no mercado de trabalho sem a experiência? São dilemas que até então não foram resolvidos. Anualmente milhares de universitários deixam os bancos da academia em direção ao mercado de trabalho, porém, ao tentar uma vaga no mercado, encontra-se com uma exigência cruel: a experiência. Então, como ter experiência profissional se não temos a oportunidade de trabalhar?
O Brasil não é só um país diversificado, uma nação multicultural; é também, um país de exclusão. Todos os dias são excluídos milhares de cidadãos, negando seus direitos básicos conquistados com muitas lutas e oficializado pela Constituição. É desolador para um jovem saber que durante anos dedicou-se aos estudos com o intuito de desenvolver habilidades e competências exigidas pela sociedade para adquirir um bom emprego e, após a obtenção do seu grau, saber que não irá fazer parte do mercado de trabalho por um bom tempo. Infelizmente, no Brasil, precisamente, nas regiões menos desenvolvidas, possuir um diploma de nível superior não é garantia de emprego, restando a esse jovem profissional desenvolver atividades totalmente diferentes de sua formação.
Valeu a pena tantos anos de estudos? Valeu a pena obter um diploma? E, em vez, de ter dedicado anos de estudos tivesse entrado no mercado de trabalho cedo? Ter um emprego, mesmo mal remunerado ou um diploma e somar a tantos outros jovens sem emprego? Estudar ou trabalhar? São reflexões que deveríamos diariamente discutir, para que minimizasse os obstáculos na obtenção do primeiro emprego.
Educação é um direito de todos. Dever do Estado e da família. Para garantir esse direito é necessária uma reforma nas estruturas educacionais do nosso país. Não é voltar a educação para o mercado de trabalho, mas fornecer ferramentas capazes para que esse jovem possa, após sua formação, obter um emprego e desenvolver satisfatoriamente sua função. Além disso, oportunizar aos jovens a aquisição da experiência, mesmo que ao entrar no mercado, não possua nenhuma experiência profissional. Só podemos adquirir experiências se estivermos trabalhando. Só poderemos estar no mercado de trabalho se tivermos qualificações. A educação torna-se de fundamental importância na vida de cada ser. Ela desde os primórdios serviu para a sobrevivência. E hoje, como nunca, ele permite a sobrevivência e a liberdade de pensamento. Ter conhecimento é ter poder. Sem conhecimento não somos cidadãos. O exercício da cidadania exige amadurecimento intelectual, para isto, é necessário o direito a educação.
Estudar ou trabalhar? Nosso dilema de cada dia! Enquanto essa dicotomia não é suprimida, temos que continuar a crer que a somente com a EDUCAÇÃO poderemos mudar os destinos de nossas vidas e, por conseqüências, o destino de nosso país. Um país sem homens e mulheres com instrução e sem o direito ao emprego, não é um pais de direito de fato. Oportunizar a educação e emprego é fornecer aos seres humanos o direito de sobreviver e perpetuação da espécie.

sábado, 15 de agosto de 2009

Só um pouco de verdade

Quem nunca mentiu? Muitas vezes temos que usar da mentira para sobreviver nesse mundo tão egoísta e solitário. Mas mentir é viver numa vida de ilusão? Não! Creio que mentir, se faz necessário em algumas situações em que se podem evitar uma catástrofe. Mas viver uma farsa, uma vida de mentira isso não é vida. É uma fuga da realidade. Então, porque as pessoas mentem? Juro que não sei a resposta e, por não saber fico entristecido.
Não custa nada falar a verdade. Não custa nada ser autêntico. Como é tão maravilhoso viver uma vida real. Uma vida sem ocultar os fatos. Alguns dizem que a verdade dói, mas será que não dói mais a falta de verdade quando o que se mais quer no momento é a verdade.
Conheço pessoas que tornaram as suas vidas uma mentira. Tornaram-se um personagem. Vive essa farsa como se fosse uma verdade. São atores de sua própria tragédia. É tão real a mentira de suas vidas que chega a convencer a nós, pobres espectadores dessa epopéia. Será que é dolorosa a realidade para estas pessoas a tal ponto que a suas próprias características físicas são negadas, assumindo um aspecto que o espelho não o reconhece.
Contudo, não posso esquecer que a realidade é dura, amarga. Viver na realidade é viver aos prantos. Infelizmente a nossa sociedade ainda não está preparada para o uso da verdade. Quem de nós ao usar da verdade não foi chamado de injusto, de cruel? Fico sem entender o por quê dessa dualidade. Uma coisa é certa na minha vida: gosto da verdade e de pessoas autênticas.
Sofro bastante ao saber que ao ser verdadeiro sou excluído, rejeitado. Penso que as pessoas querem ao seu lado indivíduos que usam da mentira. A mentira, ao meu ver, é a droga que dilacera e vicia a humanidade. Porém, o uso dessa droga , a mentira, é induzido pela sociedade nas suas pequenas atitudes diárias. É tanto, que ao nascer, já iniciamos o aprendizado da mentira.
Vivo cercado pela mentira (melhor, de pessoas que usam dela). Ela me sufoca. Tento pacientemente fazer prevalecer a verdade, fazer com que as pessoas sejam verdadeiras, entretanto, minha luta é em vão. A mentira é mais forte e consome todo meu ser. Resta-me recolher a insignificância da minha autenticidade e curvar diante da falta da verdade das pessoas.
A única coisa que gostaria neste momento era um pouco de verdade. Gostaria muito que as pessoas usassem da verdade comigo. Não importa a dor que irá causar, posto que não será mais dolorosa ao meu ser do que a falta da verdade. Deveria ter uma lei que obrigasse as pessoas serem verdadeiras; como sei que isso é quase impossível, pelo menos, é dever de cada um usar da verdade com o próximo.
Ser sincero é fundamental. Faz bem a alma. Nos eleva e nos torna um ser sublime. Caso não possa usar da verdade, não limite-se a usar da mentira. Oculte, mas não minta. A mentira, embora seja algo assintomático, ela destrói vidas. Ela dilacera corações; corrompe a moral e nos torna prisioneiros. Uma vida livre deveria ser uma meta na vida de cada um de nós, para que isso possa acontecer a verdade deve prevalecer.
É triste perceber que convivemos com pessoas que mentem pra si mesmo e, mais triste é saber que estas pessoas ficam revoltadas quando são contrariadas. Já dizia um ditado popular: não contrarie um doido. Refaço o ditado e digo: não contrarie um mentiroso. Caso contrário, pode ser muito prejudicial a sua vida. Eh!, a mentira faz parte da vida de muitas pessoas como o ar que elas respiram. É de fundamental importância para sua sobrevivência.
Contudo, não desisto da verdade. Posso ainda continuar na solidão. Mesmo que doa, que me faz chorar, que afaste as pessoas, a verdade para mim é meu guia. E, a única coisa que quero... é um pouco de verdade. Não solicito muita coisa, só quero que o mundo seja verdadeiro como eu sou com ele. Dei-me a verdade, só isso e nada mais.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Que futuro terá?

O que será do futuro de muitas crianças num país em que a esperança é vendida em comerciais de propaganda política? O que será do futuro de uma nação em que a fome, a miséria convive com o fantasma da exclusão social? Sabemos que somos um país de grandes contrastes sociais e sempre justificamos as desigualdades, a exclusão, a discriminação como algo normal. Uns nascem para pensar, outros para executar; uns nascem para governar, outros para ser governados; uns para explorar, outros para ser explorado; uns para sonhar, outros para viver a realidade.
Somos um povo “unido” na dor, no pranto. Somos um país de grandes riquezas. Temos orgulho da nossa nacionalidade e adoramos declarar que aqui é um país tropical, miscigenado, multicultural. Um paraíso! Será que realmente vivemos num paraíso? Enquanto centenas de brasileiros gozam a vida em suas mansões, dezenas de brasileirinhos espalhados pelos cantos do Brasil domem nas ruas, aprendem a ser gente no dia-a-dia com a violência urbana. Quantas crianças nesse Brasil Tropical passam fome, sentem frios, são explorados, agredidos, abandonados, enfim, violentados os seus direitos?
Como construir uma nação se ao menos concedemos o direito a educação? Como construir uma potencia econômica se padecemos nas filas do único sistema de saúde falido que temos? Como sonhar se não temos o alimento na mesa para viver? Como ser o “amanhã” se o “hoje” não existe? Centenas de pequenos cidadãos aprendem com a escola da vida a ser gente: a sobreviver. É uma luta constante pela vida. Somos guerreiros e como já dizia o ditado: “Sou brasileiro e não desisto nunca!” Mas como seguir em frente, onde a rua é minha moradia? Como amar se no meu lar só encontra a tristeza e a violência doméstica? Como sonhar se os meus sonhos são esmagados por uma realidade bruta, selvagem?
Nos grandes centros e até mesmo nas pequenas cidades deparamos com algumas pequenas almas, deitadas, cobertas por papelões. O dia amanhece e a vida agitada dar seu sinal de vida. Barulhos de buzinas, fumaça. A vida moderna tem mais um dia para gerar riquezas. E aquelas almas continuam jogadas, sendo uns obstáculos na vida de muitos e, por que não, um simples adereço nas ruas. São seres que ao passar do tempo perderam a sua dignidade, seus nomes, sua identidade. São seres que se tornam uma ameaça a vida de muitos. São bandidos, marginais para alguns, preguiçosos para outros. São seres sem passado, sem presente e com certeza sem um futuro digno.
A fome dilacera a vida daqueles pequeninos e o que seria de muitos se não existissem a droga para aspirar e perder a noção do tempo, da fome, da solidão, perder, enfim, o sentido da vida. Quantas crianças nesse Brasil que olham para o prato vazio e nem se quer conseguem derramar uma gota de lágrimas, pois suas vidas estão secas? Quantas crianças são agredidas, violentadas, abusadas, destruídas as suas infâncias? Quantas crianças são obrigadas a trabalhos forçados em jornadas de trabalho exaustivas? Quantas crianças fogem de seus lares para “encontrar” a felicidade? Quantas crianças vendem seu corpo por centavos para, simplesmente, comprarem o pão para aliviar a fome?
Nascemos para a felicidade. Para ter uma vida em abundância. E o que temos são restos de vidas, migalhas de esperanças. Realmente esse Brasil não é o paraíso que sonhamos. Que futuro terá nossas crianças sem educação, saúde, alimento, trabalho, lar e sonhos? Será que tem solução? Quem poderá modificar essa realidade? Políticos? Deus? Quem poderá fazer brotar a esperança, sonhos nos corações dessas crianças? Tantas são as perguntas e poucas são as respostas para essa grande divida social que temos com o “futuro de nossa nação”. Porém, as respostas não são tão difíceis como imaginamos. Não está nos políticos e muito menos em Deus, pois este já nos deu um dos mais preciosos presentes que é a sabedoria.
As respostas estão em nossas mãos. Somos nós que excluímos. Somos nós que pela falta de amor ao próximo dilaceramos vidas, esmagamos sonhos. Somos nós os responsáveis pelas essas vidas. Se sonharmos com uma grande nação, teremos que construir grandes homens e mulheres, contudo, para isto, precisamos cuidar de nossas crianças, para que no futuro, tornem-se os lideres desse tão sonhado Brasil. Se queremos ter uma nação justa, teremos que ser justos com o próximo. Se cada um fizesse a sua parte e não esperasse por milagres ou por heróis, com certeza, muitas dessas crianças agredidas pela vida estariam sonhando com um futuro promissor.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O tempo: um bom mestre

Quem nunca sentiu a presença do tempo em sua vida. Nascemos, crescemos, reproduzimos, envelhecemos e, concluímos nossa passagem neste mundo com a morte. Uma linha que aos poucos é traçada pelos nossos passos a partir do momento que recebemos os primeiros raios de luz ao nascer. Desde o início desafiamos a morte, na busca insistente pela vida. O choro de uma criança ao nascer é um hino de louvor a vida. Ao chorar, ele derrama suas lágrimas e enche de esperança o mundo. Esperança que se renova a cada nascimento, na dádiva da vida que é um presente dado àqueles que trazem na essência o desejo de renovação.
Aprendemos a engatinhar, a dar os primeiros passos. Saboreamos o mundo pelos sentidos que aos poucos descobrimos o prazer de ser humano. Cada som, cada sabor, cada textura, cada cor nós fazem criar um repertório de sensações que em conjunto tornam-se arquivos mentais. São lembranças, recordações de experiências que guardamos em nosso ser para em determinados momentos serem abertos e saboreados como aconteceste no primeiro contato. Porém, nem todas possuem sabores agradáveis. Infelizmente, não podemos descartar os momentos ruins de nossa mente. Embora com o tempo sejam esquecidas, não são excluídas.
O tempo vai passando. Começamos a interagir com o mundo. Criamos vínculos sociais, participamos da vida em sociedade. De certa forma, somos levados a crer que para continuar no mundo é preciso entender o sentido da vida. Sentido que nos leva a seguir em frente, a continuar a nossa jornada existencial, embora muitos de nós, não compreendemos as razões de estar vivo.
Viver é objetivo de cada um de nós. Já dizia Mário Quintana: “Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa...”. Aproveitamos cada dia como se fosse único. Deixamos o futuro para o futuro, se que é que existe. O amanhã é incerto e nada melhor do que viver intensamente o presente. Porém não podemos nos esquecer da linha do tempo. Ela existe e não pode ser apagada. Temos que seguir em frente. Caminhando passo após passo e, se pudermos aprender as lições da vida que nos são dadas a cada instante.
Nessa caminhada, somos bombardeados por inúmeras informações, padrões, preceitos e conceitos. A estética, o valor exterior é valorizado em detrimento ao interior. Somo objetos e, quem sabe mercadorias que um dia poderá perder seu prazo de validade. O tempo se torna cruel, de uma beleza juvenil a um padrão lânguido geriátrico, quando temos como paradigma os estereótipos da vaidade mercantil. Para tudo se tem um preço, um valor, uma taxa a ser paga. Mas será que a morte tem algum valor? E a vida quanto vale?
Aprendemos apreçar nossas atitudes e, principalmente, as dos outros. Quem nunca pagou caro por um erro cometido ou quem obteve lucros com os acertos? Nossa vida, aos poucos, torna-se moeda da vaidade mercantil. Tentamos a todo tempo congelar o tempo, a parar. Inútil tentativa, o tempo continua o seu “tic-tac” frenético. E como loucos, buscamos aproveitar cada segundo da nossa vida, da nossa juvenilidade. Posto, quando chegar a idades avançadas de nada adianta viver se somente temos que esperar os olhos serem cerrados.
O tempo segue seu curso e as marcas dos anos vividos dilaceram nossos rostos. Ao defrontar um espelho vemos o quanto o tempo passou e com ele as recordações vêm à tona. Todas as rugas são momentos vividos. São saudosas recordações de uma época jovem. As fotos que retratamos os nossos bons momentos com o tempo vão tornando-se amaraledas, desbotadas e sem vida. O tempo passa para todos. Não adianta fugir. É nossa sina.
Enfim, chegamos à velhice. O tempo esta findando. Os dias agora são lentos, tristes e amargos. Não temos a beleza de antes e nem vigor da juventude. Será que temos algum valor ainda? O tempo passou e o que aprendemos com ele? Que lições o tempos nos lecionou? Aproveitamos cada instante. Sorrimos. Choramos. Reproduzimos e demos frutos. E o tempo foi passando devagar, minuciosamente, ensinando a grandeza da vida que poucos tiveram a oportunidade de dar a devida atenção.
Preocupamos mais com os bens, com os valores e status que esquecemos o verdadeiro sentido da vida. Devoramos os conhecimentos, cultura, informações e nem ao menos se quer entendemos o porquê de nascermos. Reclamamos do mundo, das pessoas, da violência, da falta de ética, da moral, enfim, reclamamos da vida. Santa injustiça. Nascemos para a vida e criticamo-la veemente. O tempo, sem dúvidas, para muitos, é mal que assola nossa alma.
Infelizmente só entendemos as lições do tempo quando não podemos mais retomar as rédeas da nossa vida. Frustramos ao saber que vivemos e não soubemos aproveitar a vida que foi dada a nós ao nascer. O tempo acabou e a morte chegou. Nossos olhos estão cerrados. A morte física contrasta com a morte espiritual que durante os anos foi sucumbida e sepultada pela arrogância de ser humano.
O tempo não é bom e nem mau. Somos nós que fazemos dele ser prazeroso ou maléfico. Ele é um mestre que, pacientemente, sem pretensões, nos ensina a grandeza da vida, o sentido de existir, mesmo que só podemos compreendê-lo nos últimos segundos de nossa passagem terrena.
Nascemos para a vida e, para tal, precisamos ver o mundo com os olhos da alma, a sentir o sabor da vida com o paladar da convivência, a tatear as pessoas com o tino da razão e emoção, a escutar a natureza humana com os ouvidos do coração. Só assim, poderemos entender o que o grande mestre quer nos ensinar. A vida é para ser vivida, apreciada, degustada. Embora não se possa perder a dimensão de sua natureza. Cada dia vivido é uma lição que devemos executar. Temos o dever de aprender a conviver com o próximo e consigo mesmo. Eis o maior desafio, aprender a lidar com os rompantes do nosso ser. Enquanto não nos conhecemos não podemos conhecer o próximo e muito menos o mundo exterior.
Viver é mais do que curtir o dia após dia. É tenta entender a magnífica missão que recebeste ao nascer e fazê-la a serviço da humanidade. Buscar a felicidade é compartilhar momentos com o planeta. É interagir com a natureza. É entender o clico da vida e aceitar suas estações. Cada fase de nossa vida é única, não poderemos voltar atrás, mas sempre podemos recomeçar. Tentar o impossível. Conquistar o absoluto. Experimentar o dom da vida.
O tempo nos ensina a cultivar a paciência. A esperar e acolher, de coração aberto, os presentes que a vida nos dar. Ensina-nos a semear, a trabalhar a terra das emoções para ter uma colheita de bons frutos. Com ele podemos aprender que uma palavra amável vale mais do que uma enciclopédia de justificativas e lamentações. Viver é, pois a maior aventura que somos desafiados a conquistar. E, se um dia, ao fim dos seus dias, quando achares que o sopro da vida não faz parte dos seus pulmões, não te desesperes, ainda há tempo para respirar e ser feliz, mesmo que essa felicidade dure apenas alguns segundos. Contudo, se ainda tens a mocidade e, mesmo assim, não compreendeu as lições do tempo, também não te desesperes, feche os olhos, cale-se para o mundo e escute os sentidos da alma. Ela dará as soluções para sua vida. Entretanto, saiba que o tempo não para, mas há tempo para tudo e, especialmente, para que tu sejas feliz.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Creio em você


Chega mais um fim de dia, o anoitecer vai tomando conta do céu. A luz com todo seu esplendor dar lugar a serenidade dos raios prateados da Lua. Já não é mais dia, a noite toma conta da minha vida e com ela o frio vazio de um coração triste, desolado. Tenho agora, somente a companhia das estrelas e o olhar cuidadoso da Lua que vigia meus passos. Solitário, me pego a viajar por um mundo de fantasias, onde o medo e o desejo de ser feliz contrastam com a fragilidade do orvalho que derrama sobre as folhas e caules ásperos na madrugada sertaneja.
Fecho os olhos, sinto o aroma da terra castigada pelo sol que ao poucos a tua imagem, meio desbotada, torna-se evidente na minha mente. Como um clarão, uma luz forte, quente, mas aconchegante, que aos poucos domina a minha mente como o nascer do Sol. Sim! O teu rosto é com a luz do dia, clareia e aquece a minha vida. Quando fechos os olhos posso perceber os teus olhos, pequenos, porém, profundos e amáveis. Vejo teus lábios, macios como a superfície delicada da pétala da flor de um mandacaru que se desabrocha anunciando um período de bonança. Teu sorriso, escondido atrás dos montes, meio tímido, que aos poucos, rasga-se como o céu, fazendo toda a terra calejada pelas agressões da vida ter a esperança de um dia ser umedecida pelas gotas de uma chuva que alegra e enche os corações dos homens por uma nova vida.
Ah! Tuas mãos delicadas e majestosas acalentam minha alma como uma brisa suave que sopra a felicidade de um amanhecer. Tua voz, forte, grave, ecoa entre os espinhos das juremas, dobrando e balançando os seus caules secos que durante a estiagem perdeu o encanto das suas folhas. Concordo com os cantos das avoantes que avoaçam entre os espinhais aos raios solares que a tua presença na minha vida é como as preces dos retirantes aos santos em noites de novenas, os quais clamam aos céus gotas de esperança. De fato, tuas palavras são chuvas que molham a terra seca, faz fecunda a vida, germina as sementes do amor, renascendo a aliança entre o homem e a natureza.
Já não me sinto sozinho. A terra já não é mais seca. Tua presença inundou de vida o sertão do meu coração. Digo confiante, como o sertanejo crer na chuva para a sua lavoura, tenho a certeza que seu carinho é o fertilizante da minha terra. Não sei do amanhã, pois como retirante desta vida, vivo cada dia como se fosse único. Não me apresso, pois as chuvas que caem no sertão, embora, escassas, são bem-vidas. Ter a paciência do lavrador e a sua sabedoria para trabalhar a terra e fazê-la fecunda não é segredo para aqueles que desafiam a vida em busca da felicidade. Confiar em ti é confiar que após a estiagem vêm sempre as chuvas.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Nossa vida: nossa passageira a 120... 150... 200 km por hora *


“As coisas estão passando mais depressa”

Um dia foi criança, um adolescente, um jovem... O tempo não para. O mundo segue seu curso e nós seguimos o nosso. Temos a percepção de que tudo é mais rápido e que não se tem tempo para nada.

“O ponteiro marca 120
O tempo diminui”


A vida vai passando como águas que escorrem entre os dedos. Não conseguimos segurá-la. Tudo se torna frágil e percebemos que somos vulneráveis. Somos mortais.

“As árvores passam como vultos
A vida passa, o tempo passa”


Todas as coisas vêm em mente... Nosso primeiro beijo, nosso primeiro amor, nossas conquistas, nossos sonhos... Tudo agora são vultos que confundem que se mistura que embriagam nossa mente... Tudo se torna vago... E a vida continua seu curso...

“Estou a 130
As imagens se confundem”


Tudo se torna estranho, irreal... Não sabemos o que de fato foi real e o que foi somente fantasia. É uma ilusão achar que a felicidade acompanhou todos os nossos momentos da nossa vida. Se é que tivemos a felicidade durante a nossa trajetória.

“Estou fugindo de mim mesmo
Fugindo do passado, do meu mundo assombrado
De tristeza, de incerteza”


Tantas emoções vêem à tona. Grandes recordações tornam-se espinhos e lágrimas. Tentamos esconder nossas fraquezas, nossas decepções. Sofremos muito para apagá-las. E de nada adianta... Elas surgem, assombram, trazem-nos a certeza que somos pequenos demais diante da grandeza da vida.

“Estou a 140
Fugindo de você
Eu vou voando pela vida sem querer chegar”

Certos momentos de nossa caminhada... Fugimos do amor, das armadilhas da vida, de nós mesmos. Querendo chegar a algum lugar. Um lugar incerto que nem ao menos sabemos onde fica. Deixamos a vida guiar-nos pelas suas veredas. Veredas estas que nos trazem a solidão e a necessidade de ser feliz custe o que custar.

“Nada vai mudar meu rumo nem me fazer voltar
Vivo, fugindo, sem destino algum
Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum”


Quantas decepções sofreram nessa vida. Aprendemos com algumas e nos martirizamos com outras. Tudo o que mais queremos é seguir em frente, fugindo, sem um destino certo. Temos a certeza que seremos felizes ao final da estrada e, por isso, não queremos olhar para trás. Não! O passado ficou no passado, o futuro é nosso destino.


“O ponteiro marca 150
Tudo passa ainda mais depressa
O amor, a felicidade”


E a vida vai seguindo seu curso, rápido... Dilacerando os nossos sonhos que construímos. Os amores passaram. A felicidade nem sabemos se ao certo sentimos o seu sabor. O amargo do tempo ainda trava o nosso coração.

“O vento afasta uma lágrima
Que começa a rolar no meu rosto”


Percebemos que não vivemos nada do que planejamos quando jovem. Nossos projetos e sonhos ficaram amarelados dentro das gavetas de nosso destino. Sentimos o vazio da solidão. E tudo que queremos nesse momento é um abraço, um carinho na alma.

“Estou a 160
Vou acender os faróis, já é noite”


Os dias passam, a escuridão toma conta de nossas vidas. Estamos crentes que não podemos ser felizes... Tudo se torna trevas...

“Agora são as luzes que passam por mim
Sinto um vazio imenso
Estou só na escuridão
A 180
Estou fugindo de você”


E a vida passa entre nossos olhos como luzes, clarões em flash. A solidão toma conta dos nossos sentimentos. Estamos sozinhos nesse mundo. Fugindo de nós mesmos, fugindo da vida. Fugindo da felicidade.


“Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar
Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar”

Temos a certeza de seguir em frente... O ponto final esse é o que menos importa. Queremos seguir, seguir em frente sem ao menos olhar para o passado, posto que este nos traga certos sofrimentos. Seguimos em frente... Voltar ao inicio é sinal de nosso suicídio.

“Às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim
Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim”


Estamos sozinhos. O mundo não faz parte de nós e, muito menos, fazemos parte dele. A dor, o pranto sufoca nosso grito. Chegamos ao ponto de não suportar tanta dor e que se pudéssemos a vida seria desfeita como as ondas do mar destroem um castelo de areia na praia.


“O ponteiro agora marca 190
Por um momento tive a sensação
De ver você a meu lado
O banco está vazio”

Temos a sensação que a felicidade é nossa passageira. Mas ao nosso lado só encontramos o vazio, a tristeza, a solidão... E a vida continua o seu curso.

“Estou só a 200 por hora
Vou parar de pensar em você
Pra prestar atenção na estrada”


Tanto sofrimento na busca pela felicidade. Tantos pensamentos, tantas dores, tantos sonhos embaraçam nossas mentes. Tudo se torna confuso, distante e que num piscar de olhos perdemos a direção de nossas vidas. Queremos prestar atenção ao nosso destino, ter as rédeas, mas tudo é em vão. Não temos o controle da nossa vida e o que nos resta é seguir em frente... Em frente.


“Vou sem saber pra onde nem quando vou parar
Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar
Às vezes, às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim
Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim”


Sem destino seguimos nossas vidas... Tentando aos poucos juntar migalhas de felicidades, de momentos felizes, para alimentar nossos sonhos. Estamos sozinhos nessa estrada. Não sabemos o certo o quanto aguentaremos seguir em frente. As marcas são deixadas para trás... O futuro é o nosso ponto final.


“Eu vou, vou voando pela vida
Sem querer chegar”


A felicidade é a nossa passageira na estrada da vida. Voamos, sonhamos, criamos planos e projetos. Amores, conquistas são pequenos grãos de areia nessa longa jornada que teremos que seguir. Somos passageiros de um carro desnorteado, sem rumo. A única certeza nessa vida é que queremos ter a companhia da felicidade durante nossa caminhada.
Desde que nascemos temos um projeto de vida. Projeto este que se resume na palavra felicidade. De tudo que nos cerca buscamos encontrá-la. Dos pequenos objetos reais aos enormes sonhos que construímos aos longos dos anos. Eis que a felicidade é movida por sonhos. Sonhos estes que movem montanhas, que engrandece e transborda nossos corações.
Em certos momentos, o cansaço, a desilusão, a fraqueza toma conta da nossa mente. Tudo torna triste, escuro e vazio. Sentimos que nosso caminho tornou-se espinhos e que a morte é o final da jornada. Deixamos que os sentimentos obscuros guiassem nossos pensamentos. Sendo guiados por esse passageiro amargo, deixamos de saborear a vida, deixamos de ser vivos.
Nem sempre a vida é feita de felicidades e de momentos alegres. Faz parte as desilusões, as fraquezas, os prantos, as dores. Sendo esses os compostos construtores da nossa vida, não podemos deixá-los guiar nossos passos. Eles são úteis ao nosso aprendizado. Só aprendemos a dar os primeiros passos após as quedas, as lágrimas. Podemos sim, aprender a ser fortes, a sonhar com as dores. As lágrimas podem ser tijolos que poderemos utilizar para edificar nossos sonhos.
Buscar a felicidade é buscar a tristeza... Buscar a vida é buscar a morte. Felicidade não existe sem a tristeza, a vida não existe sem a morte. Podemos ser felizes apesar de conviver com a dor, podemos ser vivos onde a morte dilacera vidas. Tudo é questão de querer... De querer viver... De sonhar... De amar. Não sabemos qual será nosso destino, nosso ponto final. Não podemos prever amores, conquistas... enfim, o futuro. Porém podemos viver o presente. Saborear a vida em todos os momentos que ela nos apresenta.
Viver é correr risco. Temos que sermos fortes. Aprender com a dor e a construir sonhos a partir da morte. Viver é um dom e só sabe vivê-lo aquele que um dia chorou a dor da morte dos seus sonhos. Aquele que um dia tropeçou na vida e mesmo assim, levantou-se... Enxugou as lágrimas e seguiu em frente. Só sabe viver aquele que ao defrontar a morte, ainda crer que é capaz de sonhar... De ser feliz.
Nada é fácil nessa vida. Tudo tem um preço e que devemos pagar. Se quisermos ser felizes, encontrar grandes amores é necessário seguir em frente, mesmo que nesse caminho seja de espinhos. Seguir em frente essa é nossa meta. Se o futuro não soubermos, o presente podemos viver e o passado ser um bom mestre.
Não importa a velocidade que você cruza a “BR” da vida. Se és a 120.. 150... 200 km por hora. O importante é que saiba que embora a vida não fosse tão grata, mas não podemos parar de seguir. Temos que buscar a felicidade... Essa é nossa guia... Ser feliz é nosso dever... Um direito dado ao nascermos. Ser feliz é a razão da nossa existência.

*Texto em vermelho extraído da música
120... 150... 200 km Por Hora
Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

sábado, 23 de maio de 2009

O amor compartilhado na convivência



Durante a nossa existência, procuramos incessantemente encontrar o mais puro dos sentimentos humanos. E essa busca torna-se uma obstinação quando estamos vivenciando alguns momentos difíceis. Contudo, essa busca exige sacrifícios, loucuras, perdas e ganhos e, além de tudo, aprender a compartilhar. Sem duvida, não formos ensinados a esta lição, que de tão humana, não a valorizamos.
No mundo tão competitivo e individualista, onde os sentimentos são egocêntricos, torna-se impossível exercitar esse verbete. Além disso, compartilhar não é uma tarefa fácil, exige de nossas almas algo mais do que uma simples troca sem importância de objetos. Exige uma concepção de vida centrada em um sentido amplo do verbo compartilhar.
Deveríamos aprender desde cedo a compartilhar a convivência, ou seja, compartilhar a nossa vida, a nossa história, os sentimentos. Não somos seres isolados, como ilhas. E sempre que procuramos algum sentimento humano, relacionamos a uma outra pessoa. Posto que a nossa maneira de sentir o mundo não é a única forma. Cada ser, dentro de suas limitações e visões, tem um repertorio de sentimentos que adquiriu ao longo de sua existência e que poderá compartilhar conosco.
E é na convivência compartilhada que poderemos encontrar o nosso tão sonhado desejo: o amor ou para quem concebe a vida de acordo com o seu mundo, ser amado. É excelente ser amado, mas se preocuparmos em querer receber amor sem ao menos também amar, estaremos sendo egoísta e não aprenderíamos o verdadeiro sentido do compartilhar.
Poderemos assimilar essa lição se pudéssemos colocar-se no lugar de um vaso. Muitos de nós somos vasos de tamanhos, cores e modelos diferentes, mas mesmo assim, somos ainda vasos e temos a mesma finalidade. Como humanos, não somos diferentes a essa comparação. Mas a finalidade de tal comparação não é somente de dizer que temos os mesmos direitos, más demonstrar que como vasos, temos uma finalidade: a de ser preenchido.
Ora, do que adianta ser um belo vaso se não tem algum conteúdo que possas preencher o vazio. Como vaso que pretende ser completado, nós seres humanos temos a necessidade de ser preenchido. Porém, é nesse desejo que perdemos de vista o sentido de compartilhar. Se preocuparmos somente em ser preenchido com qualquer coisa, nunca cessará nossa busca pelos verdadeiros sentimentos humanos, continuaremos com a sensação de vazio.
Ninguém compra um belo vaso para colocar flores feias e/ou murchas, ou simplesmente para preencher com objetos sem importância. Não é a finalidade de o vaso ser um guarda volume. Como também, nós seres humanos não procuramos qualquer sentimento, procuramos os mais belos e verdadeiros sentimentos. Como vasos queremos ser preenchidos, ser completados na medida certa, mas para isto, precisamos compartilhar a convivência.
Se percebermos há uma reciprocidade entre o vaso e seu conteúdo. Apesar de ser o mais belo, o vaso por se só torna-se feio, pois está vazio ou preenchido com algo sem importância. Para tornar-se belo, precisa, quem sabe, de um belo buquê de rosas vermelhas. Com certeza, ele estará fazendo o seu papel tão quanto o buquê, e desse modo, dando sentido verdadeiro à convivência compartilhada.
Enquanto o buquê de rosas preenche o vazio que existia no vaso, o vaso protege e dá suporte para que as rosas continuem belas. É assim, é conosco. Para que possamos ser amados, precisamos amar. E só aprendemos a compartilhar, na convivência com o próximo.
Nesse sentido, não adianta buscar qualquer sentimento, temos que ter o verdadeiro. Como o vaso precisa das rosas para tornar-se completo, nós precisamos do amor para continuar a viver. Não adianta ter somente o amor próprio, pois tendo somente este sentimento estaremos sendo um simples vaso, precisamos ter as rosas vermelhas e só as encontramos no outro.
Todos nós temos algo a compartilhar. Eu tenho amor, você também tem o mesmo sentimento. Mesmo assim, não seria o ideal. Precisaríamos ousar mais. Precisaríamos compartilhar o amor e, só podemos realizar essa proeza, convivendo. Também não adianta viver na expectativa de alguém do nada vir e completar o nosso vazio. Temos que estar disponível a completar o próximo. Somo seres incompletos e tornamo-nos completo quando ao conviver com outro se aventuramos a compartilhar nossos mais preciosos bens, os nossos sentimentos.
E na busca pelo verdadeiro sentimento, poderia torna-se um pouco menos fatigante se percebêssemos que o amor, apesar de ser algo imaterial, é fácil de ter, basta olhar com os olhos do coração o próximo e verá que o mundo é repleto de amor e sempre terá alguém disposto a compartilhar o mesmo sentimento.
Conviver é compartilhar, amar é compartilhar e aprendemos a conjugar esse verbo quando ao conviver com o próximo, compartilhamos o amor. E não há nada mais belo no mundo que o amor recíproco.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O que tem em Picos?



Boa pergunta! Nossa cidade em torno de 72.477 habitantes, segundo estimativas do IBGE em 2008, com uma área de 803,261 km², possui o quê de entretenimento a população? Poderíamos iniciar nossa conversa listando o que a cidade não tem. Será que essa lista é pequena ou será melhor começar pelo o que ela oferece? Vejamos caros (as) leitores (as), Picos tem... Tem o que mesmo? Como andas minha cabeça. Será que sofro de amnésia? Ah! Deve ser cansaço mental! Uma vida estressante numa cidade moderna como Picos só resulta nisso: esquecimento.
Não... Não estou louco e muito menos é amnésia. Picos não tem muito a oferecer a nossa população. Se formos listar alguns pontos de encontro da cidade. Podemos citar a que chamamos de Praça de Alimentação, ou seja, as Pizzarias. Bom começo! De certa forma, lá é um local agradável para encontro com os amigos e para uma prazerosa degustação de pizzas ao variável cardápio oferecido pelos estabelecimentos situados na área. Porém, caros (as) leitores (as), alerto já de inicio! Por ser um ponto de encontro para se jogar conversa fora, como de costume, também é onde se reúne os maiores linguarudos da cidade. Putz! É só aparecer na esquina que sua vida é alvo de fofocas e maledicências. Se as línguas de muitos que ali freqüentam fossem tesouras... Nossa! Muitos sairiam de lá retalhados. (Ô “povinho” para falar da vida alheia).
Vamos prosseguir no “tour” pela cidade, quem sabe possamos encontrar um ambiente agradável para um “happy hour”. Opa! Sairemos do centro, que não tem muita coisa a oferecer e vamos até o Junco, quem sabe lá tem algo de melhor. Chegamos a sua praça de alimentação. Novamente praça de alimentação? Deve está se perguntando: Picos só têm locais de alimentação? Digamos que temos duas opções: tu sais de casa para comer ou para enches a “cara” de cachaça! (Quanta maldade!) Rsrsrs.
No Junco encontramos o famoso bode assado com sua macaxeira e os trailers. Só isso? Calmos leitores (as), não entrem em pânico. Poderás, além de comer e beber dá umas voltinhas, à moda antiga, em volta a praça. Quem sabe, umas 5 ou 8 voltinhas não perdem as calorias que consumiste.
E além desses pontos, o que Picos tem a oferecer? Vejamos...! Ah! Lembrei! Têm os famosos clubes na periferia da cidade. Realmente esses lotam no fim de semana. Humm! Boa pedida para o fim de semana! De certa forma, sim! Para quem gosta de um forrozinho apertado, más apertado mesmo, porque esses clubes são tão pequenos e mal estruturados que tu danças forró coletivamente. Sem mencionar os assíduos freqüentadores. Que se diga de passagem, composta, na maioria das vezes, de patrões e “secretárias do lar”. Não é preconceito da minha parte, mas esses locais são freqüentados por uma relação muito amistosa, para não dizer em alguns casos a palavra amorosa, entre patrão e empregada. Oras! Durante a semana mantêm-se uma relação profissional entre ambas as partes, más quando chega o final de semana o “forró” é “aperreado”.
E falando nisso, não poderíamos esquecer da nossa querida prainha. E que praia! A luz do sol escaldante e da brisa suave do Rio Guaribas os nossos conterrâneos se esbaldam na areia pedregosa. Há quem se atreva a dá uns mergulhos nas águas cristalinas e inodoro do rio (Coitados: o rio é puro esgoto). Quem sabe assim, refresca-se do calor exacerbado de nossa cidade. Pode-se também deitar-se ao sol e ter um corpo bronzeado. Há aqueles de tanto teor alcoólico no sangue, deita-se, rola-se na areia e ao fim do dia, fica com aspecto de espetinho de gato passado na farofa. Que “programão” de domingo!
Temos ainda, os famosos bares da cidade. Com seu atendimento “excelente” e seu variado cardápio de “drinks”. Só não recomendo caros (as) consumidores desses aperitivos alcoólicos o uso dos banheiros destes ambientes. Além de encontrarem sempre sujos, alagados e fétidos, demonstram como nossos conterrâneos são educados.
Oh! Já ia esquecendo. Que cabeça minha! Temos um novo “point” na cidade. É o grande supermercado que foi inaugurado recentemente. Ah! Lá é lotado sempre. Creio que não sejas de fregueses, más de “turistas”. Sim! Nada melhor que circular pelo supermercado. Jogar conversa fora. Olhar preços e não comprar nada. Uma boa opção para passear. Seria mais em conta para os proprietários cobrarem entrada no recinto, pois a finalidade do estabelecimento, não passa, em muitos casos, de museu.Creio caros (as) leitores (as) que já tens uma breve noção de como a nossa cidade é badalada e efervescente nos fins de semana. E se por acaso existe um local que não foste mencionado. Com certeza é porque esses ambientes não passam de esboços. Esboço de clube... Esboço de boate... Esboço de shopping... E até nossas vidas em Picos são esboços de modernidade. E se ainda não tem o que fazer nesta cidade, porque não somar-se aos demais! Fale da vida alheia e quem sabe possas encontrar algo de interessante a fazer.