quarta-feira, 17 de junho de 2009

Que futuro terá?

O que será do futuro de muitas crianças num país em que a esperança é vendida em comerciais de propaganda política? O que será do futuro de uma nação em que a fome, a miséria convive com o fantasma da exclusão social? Sabemos que somos um país de grandes contrastes sociais e sempre justificamos as desigualdades, a exclusão, a discriminação como algo normal. Uns nascem para pensar, outros para executar; uns nascem para governar, outros para ser governados; uns para explorar, outros para ser explorado; uns para sonhar, outros para viver a realidade.
Somos um povo “unido” na dor, no pranto. Somos um país de grandes riquezas. Temos orgulho da nossa nacionalidade e adoramos declarar que aqui é um país tropical, miscigenado, multicultural. Um paraíso! Será que realmente vivemos num paraíso? Enquanto centenas de brasileiros gozam a vida em suas mansões, dezenas de brasileirinhos espalhados pelos cantos do Brasil domem nas ruas, aprendem a ser gente no dia-a-dia com a violência urbana. Quantas crianças nesse Brasil Tropical passam fome, sentem frios, são explorados, agredidos, abandonados, enfim, violentados os seus direitos?
Como construir uma nação se ao menos concedemos o direito a educação? Como construir uma potencia econômica se padecemos nas filas do único sistema de saúde falido que temos? Como sonhar se não temos o alimento na mesa para viver? Como ser o “amanhã” se o “hoje” não existe? Centenas de pequenos cidadãos aprendem com a escola da vida a ser gente: a sobreviver. É uma luta constante pela vida. Somos guerreiros e como já dizia o ditado: “Sou brasileiro e não desisto nunca!” Mas como seguir em frente, onde a rua é minha moradia? Como amar se no meu lar só encontra a tristeza e a violência doméstica? Como sonhar se os meus sonhos são esmagados por uma realidade bruta, selvagem?
Nos grandes centros e até mesmo nas pequenas cidades deparamos com algumas pequenas almas, deitadas, cobertas por papelões. O dia amanhece e a vida agitada dar seu sinal de vida. Barulhos de buzinas, fumaça. A vida moderna tem mais um dia para gerar riquezas. E aquelas almas continuam jogadas, sendo uns obstáculos na vida de muitos e, por que não, um simples adereço nas ruas. São seres que ao passar do tempo perderam a sua dignidade, seus nomes, sua identidade. São seres que se tornam uma ameaça a vida de muitos. São bandidos, marginais para alguns, preguiçosos para outros. São seres sem passado, sem presente e com certeza sem um futuro digno.
A fome dilacera a vida daqueles pequeninos e o que seria de muitos se não existissem a droga para aspirar e perder a noção do tempo, da fome, da solidão, perder, enfim, o sentido da vida. Quantas crianças nesse Brasil que olham para o prato vazio e nem se quer conseguem derramar uma gota de lágrimas, pois suas vidas estão secas? Quantas crianças são agredidas, violentadas, abusadas, destruídas as suas infâncias? Quantas crianças são obrigadas a trabalhos forçados em jornadas de trabalho exaustivas? Quantas crianças fogem de seus lares para “encontrar” a felicidade? Quantas crianças vendem seu corpo por centavos para, simplesmente, comprarem o pão para aliviar a fome?
Nascemos para a felicidade. Para ter uma vida em abundância. E o que temos são restos de vidas, migalhas de esperanças. Realmente esse Brasil não é o paraíso que sonhamos. Que futuro terá nossas crianças sem educação, saúde, alimento, trabalho, lar e sonhos? Será que tem solução? Quem poderá modificar essa realidade? Políticos? Deus? Quem poderá fazer brotar a esperança, sonhos nos corações dessas crianças? Tantas são as perguntas e poucas são as respostas para essa grande divida social que temos com o “futuro de nossa nação”. Porém, as respostas não são tão difíceis como imaginamos. Não está nos políticos e muito menos em Deus, pois este já nos deu um dos mais preciosos presentes que é a sabedoria.
As respostas estão em nossas mãos. Somos nós que excluímos. Somos nós que pela falta de amor ao próximo dilaceramos vidas, esmagamos sonhos. Somos nós os responsáveis pelas essas vidas. Se sonharmos com uma grande nação, teremos que construir grandes homens e mulheres, contudo, para isto, precisamos cuidar de nossas crianças, para que no futuro, tornem-se os lideres desse tão sonhado Brasil. Se queremos ter uma nação justa, teremos que ser justos com o próximo. Se cada um fizesse a sua parte e não esperasse por milagres ou por heróis, com certeza, muitas dessas crianças agredidas pela vida estariam sonhando com um futuro promissor.

Um comentário:

  1. Até quando? Tu hipócrita? continuará fazendo de conta que não estás vendo... Por que? Poderia ser tão simples!!! Como disse-nos o "saudoso" CHARLES BROWN JÚNIOR:<< Só os "loucos" sabem quantos ratos estão nadando na piscina das estrelas apagadas......






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