Estive a pensar sobre a vida, precisamente sobre idade, durante a viagem de Teresina a Picos. Durante a viagem sentou do meu lado um senhor de setenta e poucos anos de idade. No início, senti incomodado pela presença do senhor, preferia ficar sozinho. Contudo, aquele senhor fez pensar sobre o tempo, a idade, a vida. Era um senhor com expressões faciais marcantes. Pelas marcas no rosto verificava que se tratava de um senhor que há muito tempo dedicava-se a lavoura. Olhei suas mãos, braços, rosto; observei cada detalhe da sua aparência física. De repente, minha mente ardilosa, colocou-me no lugar deste senhor. Senti vivenciar aquelas características, aquela idade, senti-me no lugar do senhor.
A sensação foi terrível. Não era nada confortável sentir velho. Aos poucos uma dor desoladora invadia meu peito. Uma angustia gritava: não quero viver para chegar a este ponto. Percebi que não estou preparado para envelhecer. Sei que nascemos para morrer. Porém, a sensação de proximidade da morte é trágica. Mil pensamentos vêm à tona: as frustrações, os planos, o futuro não vivenciado, enfim, as idéias são mescladas com dor e vazio. Realmente, o tempo passa para todos. Não há nada que o impede de parar.
Olhei para minhas mãos, senti ásperas e enrugadas. Toquei meu rosto, senti as marcas da vida. Não sou a mesma pessoa de uns anos atrás. Cresci e estou envelhecendo. Virei meu rosto e visualizei-o projetado no vidro da janela do ônibus. Fiquei me contemplando por uns minutos. Olhei cada detalhe. Aos poucos meus olhos não só enxergava o meu rosto, como a minha alma. Visualizei um ser triste, indeciso, conflituoso. Enquanto, contemplava o rosto da minha alma, a paisagem passava como se fosse um filme em velocidade aumentada. Fechei meus olhos e tentei imaginar como seria minha vida daqui uns dez a vinte anos. Não consegui. Mentira, consegui! Ao tempo que aparecia uns “flashes”, minha consciência apagava. Era cruel por demais vivenciar minha velhice. Não sei os motivos, posso até saber inconscientemente, mas visualizei-me sozinho, numa casa fria e escura, esperando a morte chegar.
Certamente meu presente não tem sido fácil. Passei e continuo passando por várias provações. Minha vida se resume em fases, momentos. Quando estou aprendendo a engatinhar, a vida ceifa meus planos e sou obrigado a iniciar do zero. Nunca consigo terminar, finalizar o que começo; tudo acaba com uma sensação de dever não cumprido. Quando estou aprendendo algo, conhecendo algo, tenho que deixar o "algo" para trás. Dói ter que abrir mão daquilo que estou conquistando. Não consigo dizer “até breve”, muito menos “adeus”, sem me machucar, sem sofrer demasiadamente.
Hoje, tenho a certeza que na vida tudo é fragmento, uma realidade tão fugaz que ao menor toque desaparece entre as mãos como uma nuvem de ilusões. Não existe luz, não existe esperança. Tudo é fantasia. Não podemos voltar e refazer o passado; muito menos, fazer aquilo que não foi feito. Nem sempre “as pedras” se encontram novamente. Cada segundo de nossas vidas é único; nunca poderemos tê-lo novamente. O tempo passa; a idade avança e nossos corpos sucumbem com eles. Não sei como será meu amanhã quando acordar; muito menos, saberei se irei acordar
A sensação foi terrível. Não era nada confortável sentir velho. Aos poucos uma dor desoladora invadia meu peito. Uma angustia gritava: não quero viver para chegar a este ponto. Percebi que não estou preparado para envelhecer. Sei que nascemos para morrer. Porém, a sensação de proximidade da morte é trágica. Mil pensamentos vêm à tona: as frustrações, os planos, o futuro não vivenciado, enfim, as idéias são mescladas com dor e vazio. Realmente, o tempo passa para todos. Não há nada que o impede de parar.
Olhei para minhas mãos, senti ásperas e enrugadas. Toquei meu rosto, senti as marcas da vida. Não sou a mesma pessoa de uns anos atrás. Cresci e estou envelhecendo. Virei meu rosto e visualizei-o projetado no vidro da janela do ônibus. Fiquei me contemplando por uns minutos. Olhei cada detalhe. Aos poucos meus olhos não só enxergava o meu rosto, como a minha alma. Visualizei um ser triste, indeciso, conflituoso. Enquanto, contemplava o rosto da minha alma, a paisagem passava como se fosse um filme em velocidade aumentada. Fechei meus olhos e tentei imaginar como seria minha vida daqui uns dez a vinte anos. Não consegui. Mentira, consegui! Ao tempo que aparecia uns “flashes”, minha consciência apagava. Era cruel por demais vivenciar minha velhice. Não sei os motivos, posso até saber inconscientemente, mas visualizei-me sozinho, numa casa fria e escura, esperando a morte chegar.
Certamente meu presente não tem sido fácil. Passei e continuo passando por várias provações. Minha vida se resume em fases, momentos. Quando estou aprendendo a engatinhar, a vida ceifa meus planos e sou obrigado a iniciar do zero. Nunca consigo terminar, finalizar o que começo; tudo acaba com uma sensação de dever não cumprido. Quando estou aprendendo algo, conhecendo algo, tenho que deixar o "algo" para trás. Dói ter que abrir mão daquilo que estou conquistando. Não consigo dizer “até breve”, muito menos “adeus”, sem me machucar, sem sofrer demasiadamente.
Hoje, tenho a certeza que na vida tudo é fragmento, uma realidade tão fugaz que ao menor toque desaparece entre as mãos como uma nuvem de ilusões. Não existe luz, não existe esperança. Tudo é fantasia. Não podemos voltar e refazer o passado; muito menos, fazer aquilo que não foi feito. Nem sempre “as pedras” se encontram novamente. Cada segundo de nossas vidas é único; nunca poderemos tê-lo novamente. O tempo passa; a idade avança e nossos corpos sucumbem com eles. Não sei como será meu amanhã quando acordar; muito menos, saberei se irei acordar
Vim e li...Forte, íntegro e verdadeiro. Passos acelerados para a direção do aprendizado, das conquistas e das grandes e esperadas vitórias. Eu te predestino a ser feliz, próspero e muito amado. Parabéns pelo texto.Com carinho...Cidinha Fiore
ResponderExcluir